A Justiça de São Paulo atendeu a um pedido do Ministério Público e determinou a quebra de sigilo dos cartões de crédito utilizados pelo Corinthians entre janeiro de 2018 e maio de 2025. O período investigado engloba três gestões recentes do clube: Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo.
O MP justificou o pedido alegando falhas administrativas, inércia do clube na entrega de informações e até indícios de furto de documentos em invasões ao Parque São Jorge. Outro ponto citado é a existência de interesses políticos que, segundo a promotoria, estariam travando a apuração dos fatos.
Na decisão assinada pela juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro, também foi autorizada a quebra de sigilo fiscal do Oliveira Minimercado, empresa suspeita de emitir notas frias ao Corinthians em 2023. A companhia, no entanto, entrou com habeas corpus para barrar a medida, o pedido ainda aguarda análise.
O clube afirma já ter enviado as faturas solicitadas ao Ministério Público. No entanto, documentos vazados recentemente levantaram dúvidas sobre a lisura das despesas. Andrés Sanchez, por exemplo, confirmou ter usado o cartão do clube em um réveillon em Tibau do Sul (RN), mas disse que reembolsou o valor. Outras faturas, entretanto, vieram à tona depois do episódio.
A investigação teve início no fim de julho, focando nos gastos durante as gestões de Andrés e Duilio. Pouco depois, as apurações passaram a incluir despesas de outubro de 2023, assinadas por Denilson Grillo, ex-motorista de Duilio, que agora figura como investigado e deve depor. No início de agosto, o MP ampliou a análise para também abarcar documentos referentes ao mandato de Augusto Melo.
No dia 21 de agosto, o órgão pediu ainda o afastamento dos três ex-presidentes. A solicitação segue sem decisão, enquanto Osmar Stábile comanda o clube em mandato-tampão até o fim de 2026.
(Imagem/Reprodução: @corinthians | Portal Léo Dias)